Periodontia em Curitiba: problemas gengivais

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 Saiba identificar os estágios dos problemas gengivais e o que fazer para evitá-los

Gengivas vermelhas, com sangramento ou inchadas. Esses sintomas indicam que você está com problemas gengivais. Sabia que 99% da população têm algum tipo de problema gengival – sendo considerado pelo Guinness como a doença mais comum do mundo -, e que pode ser desde uma pequena inflamação até uma gengivite?

A presença de placa bacteriana é a principal causa da gengivite, que nada mais é que uma inflamação na gengiva. As bactérias, quando não removidas, infeccionam ao redor do dente e causam alguns sintomas.

Em alguns casos, as doenças na gengiva podem surgir de forma silenciosa, sem dores ou incômodos. E é aí que mora o maior perigo, pois se o paciente não sente e nem vê, não diagnostica o problema.

“Nestes casos, o paciente só vai perceber quando ele estiver em um estágio mais avançado, sendo prejudicial para o tratamento que terá início tardio”, alerta o dentista Sergio Correia, especialista em periodontia em Curitiba.

Fique de olho

Uma gengiva saudável é firme e não sangra. A coloração é uniforme e ela é bem acomodada ao redor dos dentes. Observe:

– gengiva sangrando, com vermelhidão, inchada ou flácida

– sangramentos durante a escovação ou o uso do fio dental

– gengivas afastadas dos dentes

– secreção ao redor dos dentes

– mau hálito ou gosto ruim na boca constantemente

Por que a gengiva sangra?

É difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha visto um fio de sangue correr ao escovar os dentes ou ao passar o fio dental. Trata-se de um sintoma relativamente comum e relatado com frequência por muitos pacientes.

Embora possa ser algo considerado “rotina” para muitas pessoas, os sangramentos precisam ser acompanhados com atenção. Podem ser simples reflexos de uma má escovação – quando a boca não é higienizada da forma correta, podem ocorrer pequenas inflamações na gengiva – ou problemas mais graves, como uma periodontite.

Veja alguns exemplos para fazer a gengiva sangrar:

  • Força exagerada

Escovar os dentes com agressividade pode causar sangramentos. Lembre-se: não há necessidade de colocar muita força no momento de limpar os dentes.

  • Material inadequado

Escolha uma escova de dentes apropriada. Não precisa comprar equipamentos tecnológicos: a escova pode ser simples, desde que impeça a proliferação de micro-organismos e não afete a gengiva. Opte pelas menores, com cerdas macias e arredondadas, que alcancem locais mais complexos e evitem lesões.

  • Má higiene

Sangramento pode ser decorrente da má higiene. Sim, pessoas que passam o fio dental sem a frequência necessária – uma vez por semana, por exemplo – acabam sofrendo com esse problema. Nesses casos, com a higienização correta, existe a tendência de o sangramento parar. Se persistir, é importante buscar o acompanhamento profissional.

  • Falta de vitaminas

A escassez de vitaminas, especialmente a K e a C, pode contribuir para o sangramento das gengivas. O escorbuto – doença relacionada à falta da vitamina C – é uma das principais consequências, e a boca tende a ser afetada. Já a vitamina K, por outro lado, está relacionada à coagulação.

  • Próteses antigas

Os implantes dentários precisam de revisões constantes. Se houver algum problema nas próteses, os sangramentos podem ocorrer com mais frequência. Pessoas que passaram por esse tratamento devem ter mais atenção ao problema.

Outros problemas periodontais

Além da gengivite, outros problemas podem acometer a saúde bucal, como as periodontites, consideradas um estágio mais avançado da gengivite. A gengivite afeta sempre a gengiva, como forma inicial da doença, já as periodontites afetam principalmente a parte óssea.

“No caso das periodontites, o osso é afetado, podendo danificar fibras e toda a sustentação dos dentes”, explica Correia.

Como isso acontece? Quando a bactéria mal removida da gengivite que mencionamos acima penetra pelo tecido, atingindo as raízes que sustentam os ossos dos dentes. Neste caso, as fibras e os ossos são destruídos, abalando a estrutura dos dentes que ficam moles e caem.

Alguns fatores aceleram as periodontites, como a parte óssea em pacientes fumantes quando comparada aos não fumantes. Manter bons hábitos de saúde, com boa alimentação e cuidados com os dentes, é fundamental para se evitar os problemas periodontais.

Sintomas das periodontites

Os sintomas também são semelhantes: mau hálito, gengiva em tons avermelhados ou de roxo, inchadas e sensíveis ao toque, além de sangramento fácil – tanto na escovação quanto ao passar o fio dental. “Normalmente, os pacientes sofrem com uma gengivite e, se ela não for tratada, evolui para a periodontite. Por isso, a recomendação é para buscar um dentista quando sentir incômodos”, comenta o profissional.

Uma das orientações dada pelo dentista – e que pode surtir efeito em outros problemas, além das periodontites – é ficar atento aos recados do corpo. Se os sangramentos durante a escovação estão comuns e há indícios de que a gengiva está sensível, a recomendação é por procurar um profissional, que vai analisar o caso e realizar o tratamento necessário.

Impacto na vida

As doenças periodontais impactam na qualidade de vida e autoestima do paciente: dentes com mobilidade excessiva afetam a mastigação e até mesmo o risco da perda  do dente, que pode interferir tanto na mastigação quanto na fala.

Pesquisas mostram que os pacientes com periodontite têm mais chances de desenvolver outras doenças, como cardíacas, respiratórias, diabetes, entre outras. “Como as bactérias estão abaixo da gengiva, elas podem passar para a corrente sanguínea, com acesso a outros locais do corpo e afetar outros órgãos. A inflamação pode causar dano muito maior”, diz o dentista.

Prevenção e tratamento

Na odontologia, a prevenção é uma excelente forma de evitar o surgimento ou agravamento de problemas mais rotineiros – e as periodontites só constatam esse raciocínio. “A higiene correta, com o fio dental e o enxaguante bucal, é um bom caminho para impedir problemas. Dessa forma, a placa bacteriana não se acumula e impede o agravamento”, revela Correia.

Quando o problema já se faz presente, o tratamento consiste na raspagem dos dentes, retirando o excesso de placa e reduzindo a inflamação. Porém, se o caso for de periodontite, há necessidade de uma avaliação mais minuciosa e, dependendo do caso, de outros procedimentos até mesmo cirúrgicos, como a gengivectomia ou a gengivoplastia.

Be-a-bá

Como sempre frisamos, a forma mais fácil de evitar os problemas gengivais ou periodontais é prevenindo: escovação bem feita, uso do fio dental e do enxaguante bucal diariamente e a visita regular ao dentista.

“Muitas vezes o restabelecimento da gengiva acontece em casa. Mas as visitas regulares podem auxiliar na rápida identificação do problema, bem como o início precoce do tratamento”, salienta o dentista.

E você, já deu uma olhadinha na sua gengiva hoje?