Pouco comentado e desconhecido por muitas pessoas, o problema acomete grande parte da população; conheça mais sobre a lesão cervical não cariosa
Por muitos anos, a maior preocupação em relação aos dentes girou em torno das cáries, do tártaro e da placa bacteriana. Longe deles não trazerem mais danos à saúde bucal, mas existem outros fatores que precisam de atenção e, por vezes, são ignorados (ou mesmo desconhecidos): estamos falando da lesão cervical não cariosa (LCNC) e a hipersensibilidade dentinária.
Já falamos no blog sobre a sensibilidade nos dentes, que pode ocorrer por diversos fatores, como o desgaste do esmalte, problemas na gengiva ou até mesmo o simples ranger dos dentes. Essa perda na estrutura dental, que resulta na sensibilidade, vem se tornando mais comum e acontecendo cada vez mais cedo — antigamente, acometia apenas pessoas de idades mais avançadas.
Primeiros sinais para a lesão cervical não cariosa
A sensibilidade é o primeiro sinal que merece atenção, principalmente se o paciente não apresentar tecido cariado. Neste caso, é imprescindível procurar um especialista para avaliação. Para se chegar ao diagnóstico, a anamnese deve ser criteriosa, investigando hábitos, alimentação, uso de medicamentos e todo o histórico possível para melhor precisão do quadro e indicação do tratamento adequado.
“Variados perfis podem ser acometidos pela lesão cervical não cariosa, como esportistas, usuários de medicamentos ou mesmo aqueles que realizam a higienização bucal logo após ingestão de alimentos mais ácidos. É preciso uma avaliação rigorosa para se chegar à causa da hipersensibilidade”, afirma Sergio Correia, dentista em Curitiba que está se aprofundando nos estudos sobre lesão cervical não cariosa.
Principais perfis
Entre as características de pessoas que podem ter a LCNC estão:
– Ex-usuários de aparelhos ortodônticos: pode ocorrer alteração na estrutura óssea devido ao uso do aparelho, que pode resultar em retração gengival;
– Pacientes bariátricos ou com problemas gástricos: a degradação mineral do dente é proveniente do próprio ácido estomacal;
– Atletas que utilizam isotônicos, limão com água em jejum, ou outras bebidas ácidas frequentemente;
– Pessoas que rangem ou realizam apertamento dental e sobrecarregam a articulação temporomandibular;
– Aqueles que utilizam medicamentos, como antidepressivos, ou realizam tratamentos médicos agressivos.
Esses são apenas alguns dos tipos de pessoas que podem apresentar a LCNC, mas a listagem é atualizada de acordo com os estudos e pesquisas sobre o assunto. “As características são maiores, pois até um creme dental mal prescrito pode causar a lesão”, comenta Correia.
Tipos de desgaste dos dentes
A lesão cervical não cariosa pode causar diferentes tipos de desgastes, de acordo com a sua origem multifatorial. Entre os principais desgastes, encontram-se a abfração, a abrasão e a biocorrosão.
– Abfração: desgaste por forças tensionais e excesso de carga, com maior incidência nos dentes inferiores.
– Abrasão: perda natural dos minerais dos dentes e da estrutura dentária. Pode ser provocada pela escovação frequente com força, pelo uso de escovas dentais duras ou pelo creme dental errado.
– Biocorrosão: mais ligado aos hábitos alimentares e estilo de vida. Também pode ser chamado de erosão dentária.
Tratamentos e técnicas
Para um direcionamento certeiro, é necessário um diagnóstico preciso: a anamnese apontará uma possível causa, de acordo com os hábitos e estilo de vida, enquanto o formato do desgaste poderá confirmar o quadro.
As opções de tratamento vão de dessensibilizantes até restaurações ou enxertos gengivais. A decisão pelo melhor tratamento vai depender da análise médica, da causa da lesão e da situação do dente, por isso varia de acordo com cada paciente.
Está com sensibilidade nos dentes ou acredita que possa ter a lesão cervical não cariosa? Entre em contato com a Clínica Sergio Correia e agende uma avaliação.