Hábitos alimentares e do dia a dia podem influenciar na sensibilidade dos dentes; Veja como minimizar os problemas com dentes sensíveis e prevenir
Sente até um frio na barriga ao pensar em tomar um café quentinho ou aquele milk shake bem gelado? A sensibilidade dentária é um dos problemas que mais incomoda as pessoas, muito mais que as cáries. Mais da metade da população do país tem ou já teve algum tipo de sensibilidade nos dentes, seja quando vai ingerir um alimento frio, quente ou na própria escovação.
Se você sofre com isso, saiba que é possível amenizar o problema com medidas simples do cotidiano, mas é imprescindível a visita ao dentista. Além do incômodo, ter os dentes muito sensíveis pode acarretar em problemas mais sérios, como a lesão cervical não cariosa (LCNC) e até a perda do dente.
O que deixa os dentes sensíveis?
As causas para ter dentes sensíveis, em geral, estão ligadas a três fatores: desgaste do esmalte; problemas nas gengivas, como a retração gengival; e o ranger dos dentes. Normalmente, os problemas são causados pela exposição da dentina – os dentes são compostos por polpa, dentina e esmalte, sendo que o último tem a função de proteção e, se bem conservado, evita a incômoda sensação.
“Na polpa, encontra-se o nervo do dente, que está conectado à dentina, reagindo aos estímulos, especialmente o quente e o frio, o que causa o incômodo e as dores”, explica o dentista curitibano, especialista em Periodontia, Sergio Correia.
Para chegar aos desgastes do esmalte e problemas na gengiva, a causa também pode ser multifatorial. Os casos mais recorrentes e de não tão fácil identificação estão relacionados aos hábitos alimentares e do dia a dia.
A dificuldade na identificação está no fato de não ser tão simples relacionar algumas coisas do cotidiano à sensibilidade dos dentes. Por exemplo, comer e já escovar os dentes, por mais correto que pareça ser (higienicamente falando), pode ser prejudicial devido à ação dos ácidos em contato com a pasta, que reage e causa a corrosão do esmalte dentário. Complicado, não?
Principais fatores que influenciam na sensibilidade dentária
– Consumo de bebidas ácidas, como refrigerantes, vinhos, energéticos, vinagres e até mesmo sucos mais ácidos são um verdadeiro vilão para quem sofre desse mal.
– Escove somente o necessário, sem excessos ou exageros. E uma dica: Bochecho com água e gomas de mascar sem açúcar após a refeição neutralizam o PH bucal antes da escovação.
– Dê preferência para cremes dentais naturais ou menos abrasivos. Em caso de dúvidas, peça uma indicação ao seu dentista.
– Escovas duras favorecem o desgaste do esmalte, prefira as de cerdas macias e arredondadas.
– Um dente fraturado ou quebrado também pode gerar uma sensibilidade grande, caso haja exposição da dentina.
– Pessoas que têm refluxo devem tratar a doença, pois o ácido estomacal que volta para a boca pode prejudicar os dentes.
De olho no clima
Sabia que a temperatura externa pode influenciar na sensibilidade dos dentes? Em geral, os dentes estão a uma temperatura de 37 graus – seguindo a média do corpo. Quando a temperatura baixa mais de 10 graus desse valor, é possível que algumas pessoas comecem a sentir problemas com a sensibilidade nos dentes.
Por isso, fique de olho no clima e na amplitude térmica (as variações ao longo do dia). Agasalhe o rosto, assim como é feito em todo o corpo, com cachecol e gorro, e não dispense a grande ingestão de água. Com o clima mais seco e tendências a rinites e gripes, a boca seca com mais facilidade.
Como tratar dentes sensíveis?
Consultar um dentista em casos de hipersensibilidade dentária é fundamental para garantir que o tratamento seja efetivamente realizado sobre a causa do problema – e não que se trate apenas os sintomas. Em alguns casos, como na retratação gengival, pode ser necessário até mesmo um procedimento cirúrgico.
Os tratamentos mais comuns são a fluorterapia, a restauração e a laserterapia. O primeiro, que consiste no uso do flúor em grandes concentrações, visa fortalecer os dentes. “Com o procedimento, a dentina é novamente resguardada por uma camada protetora”, explica o dentista.
A restauração também pretende criar uma barreira de isolamento da dentina. Mas, desta vez, são usados outros elementos, como a resina. Por fim, há a terapia a laser, que veda alguns dos canais que ligam a dentina à polpa, evitando a dor.
“Não é possível afirmar qual dos tratamentos é o mais indicado sem uma consulta prévia, visto que cada um é aplicado em situações distintas. Por isso, visitar um profissional é fundamental para uma análise profunda e solução do problema”, diz Correia.
A escolha do tratamento é uma decisão tomada pelo profissional, levando em conta a opinião e a individualidade de cada quadro.
Tem alguma dúvida sobre sensibilidade dentária? Agende uma consulta e venha conversar com a gente.
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